Glencoe situa-se nos altiplanos escoceses, os Highlands, ao norte de Glasgow, no vale do rio Coe, terras do Condado de Argyll. Lá vivia o clã dos MacDonalds, vítimas de um massacre que ocorreu em 1692 e que, até a presente data, permanece nos corações desses nobres lutadores, como uma amarga investida dos ingleses.
Reinava na época o rei William III, que substituiu James II, a quem muitos clãs permaneciam leais. A realeza impôs aos escoceses um juramento de fidelidade que precisava ser assinado até o dia 1º de janeiro daquele ano, mas já se pensava em punir os recalcitrantes. Em reunião dos chefes dos clãs, foi optado aceitar a imposição inglesa, pois os Highlanders desejavam apenas paz e tranquilidade. Por um infortúnio, o chefe dos MacDonalds foi ao local errado na data assinalada e ao descobrir seu erro, só conseguiu chegar ao Forte William em 6 de janeiro e já não havia um magistrado lá a quem pudesse prestar juramento. Tarde demais, o rei William III já havia autorizado a punição.
Os Highlanders são muito hospitaleiros e fazem questão de demonstrar essa qualidade, mesmo para seus inimigos. Naquela ocasião, na região de Glencoe, estavam acantonadas tropas do regimento de Archibald Campbell, um nobre de Argyll. Apesar de haver uma certa e antiga animosidade entre os Campbells e MacDonalds, os soldados dos Campbells foram acolhidos nas diversas casas dos MacDonalds e já estavam lá fazia mais de uma semana, onde foram recebidos da mesma forma que quaisquer outras pessoas. Dormiram em suas camas, foram alimentados e tratados como irmãos.
Os soldados receberam suas ordens e, de repente, no meio da noite, atacaram os MacDonalds, assassinando o chefe do clã e mais 33 homens, 2 mulheres e 2 crianças. Muitos do clã conseguiram escapar, para contar a história. Houve uma grita geral pelas Ilhas Britânicas devido ao massacre e adversários do rei William III exigiram uma investigação e o Subsecretário para Assuntos Escoceses que, aparentemente, decidira punir os MacDonalds por uma infração técnica, foi obrigado a pedir demissão.
Na minha família há um ramo escocês de sobrenome McCall. Descobri que era um subgrupo do clã dos Campbells. Quando estivemos nos Highlands, entramos em várias lojas, querendo trazer, como lembrança, alguma coisa referente aos Campbells e, para minha surpresa, em todas as lojas existiam canecas, chaveiros, marcadores de livros, etc. com os nomes dos clãs, mas onde encontrava-se o nome “Campbell”, nada havia. Conversamos muito com o dono de uma das lojas e quando mencionei o fato, ele afirmou que não encontraria nada dos Campbells nos Highlands, porque, apesar de se terem passado 300 anos daquela tragédia, eles ainda eram mal vistos pelos outros clãs. Como ignorava a história, fui pesquisar.
Na atualidade, o vale está quase desabitado e os túmulos dos MacDonalds se encontram cobertos pela neve, no inverno, e por mato, nas demais estações, na ilha-cemitério de Glencoe.
Reinava na época o rei William III, que substituiu James II, a quem muitos clãs permaneciam leais. A realeza impôs aos escoceses um juramento de fidelidade que precisava ser assinado até o dia 1º de janeiro daquele ano, mas já se pensava em punir os recalcitrantes. Em reunião dos chefes dos clãs, foi optado aceitar a imposição inglesa, pois os Highlanders desejavam apenas paz e tranquilidade. Por um infortúnio, o chefe dos MacDonalds foi ao local errado na data assinalada e ao descobrir seu erro, só conseguiu chegar ao Forte William em 6 de janeiro e já não havia um magistrado lá a quem pudesse prestar juramento. Tarde demais, o rei William III já havia autorizado a punição.
Os Highlanders são muito hospitaleiros e fazem questão de demonstrar essa qualidade, mesmo para seus inimigos. Naquela ocasião, na região de Glencoe, estavam acantonadas tropas do regimento de Archibald Campbell, um nobre de Argyll. Apesar de haver uma certa e antiga animosidade entre os Campbells e MacDonalds, os soldados dos Campbells foram acolhidos nas diversas casas dos MacDonalds e já estavam lá fazia mais de uma semana, onde foram recebidos da mesma forma que quaisquer outras pessoas. Dormiram em suas camas, foram alimentados e tratados como irmãos.
Os soldados receberam suas ordens e, de repente, no meio da noite, atacaram os MacDonalds, assassinando o chefe do clã e mais 33 homens, 2 mulheres e 2 crianças. Muitos do clã conseguiram escapar, para contar a história. Houve uma grita geral pelas Ilhas Britânicas devido ao massacre e adversários do rei William III exigiram uma investigação e o Subsecretário para Assuntos Escoceses que, aparentemente, decidira punir os MacDonalds por uma infração técnica, foi obrigado a pedir demissão.
Na minha família há um ramo escocês de sobrenome McCall. Descobri que era um subgrupo do clã dos Campbells. Quando estivemos nos Highlands, entramos em várias lojas, querendo trazer, como lembrança, alguma coisa referente aos Campbells e, para minha surpresa, em todas as lojas existiam canecas, chaveiros, marcadores de livros, etc. com os nomes dos clãs, mas onde encontrava-se o nome “Campbell”, nada havia. Conversamos muito com o dono de uma das lojas e quando mencionei o fato, ele afirmou que não encontraria nada dos Campbells nos Highlands, porque, apesar de se terem passado 300 anos daquela tragédia, eles ainda eram mal vistos pelos outros clãs. Como ignorava a história, fui pesquisar.
Na atualidade, o vale está quase desabitado e os túmulos dos MacDonalds se encontram cobertos pela neve, no inverno, e por mato, nas demais estações, na ilha-cemitério de Glencoe.
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