terça-feira, 25 de dezembro de 2007

SÃO NICOLAU

O Dia de São Nicolau é celebrado no dia 6 de dezem-
bro, por ser o dia de sua morte, conforme as antigas tradições cristãs. A data é festejada principalmente no Centro e Leste Europeu e em países como a Alemanha, Bélgica e Holanda.
Há controvérsias sobre a existência de São Nicolau, santo-padroeiro de Apulia (na Itália), Sicília, Grécia e Lorraine (na França), além de um número grande de cidades da Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Rússia e Suíça.
Tem-se que Nicolau era nativo de Patara, uma vila da Lícia, na Ásia Menor, perto da atual cidade de Kalamaki, na Turquia. Acredita-se que tenha nascido numa família abastada, entre 260 e 280 d.C. Desde criança, fora educado e orientado nos ensinamentos de Cristo, tornando-se um cristão devoto. Ainda jovem, perdeu os pais para a peste e herdou uma imensa fortuna. Obedecendo as palavras de Jesus de “vender o que era seu e de dar o dinheiro aos pobres”, Nicolau usou sua herança para assistir os necessitados, doentes e vítimas de injustiças.
Uma das histórias mais tradicionais a respeito de São Nicolau conta sobre um nobre empobrecido e suas três filhas. Naquele tempo, era costume que o pai oferecesse, pela filha, um dote ao futuro noivo. Sem o dote, as moças dificilmente conseguiriam se casar e terminavam como escravas ou prostituídas. Nicolau ficou sabendo da situação e, um dia, às escondidas, subiu no telhado da casa daquele senhor e jogou um saco de ouro pela chaminé. No dia seguinte, o pai encontrou o ouro e ficou muito feliz, pois então salvaria a filha mais velha daquele destino cruel. Na noite seguinte, Nicolau repetiu sua visita secreta. Embora contente com o que ocorria, o pai estava curioso para saber quem era seu benfeitor e, assim, flagrou-o quando mandava o terceiro saco de ouro pela chaminé. Uma das filhas havia deixado suas meias para secar na lareira e, justamente dentro de uma delas, caiu o ouro. Nicolau pediu que o homem agradecesse a Deus, e não a ele, e que também não contasse a ninguém. Porém, agradecido, não pôde deixar de elogiar Nicolau. Seu prestígio, que já era dos melhores, cresceu ainda mais.
Nos países protestantes, após a supressão da evocação aos santos, surgiu a veneração holandesa de “Sinter Klaus” (uma variação de Saint Nicholas, ou seja, São Nicolau) e que foi levada para a América do Norte pelos colonizadores holandeses. Posteriormente, foi transformada na história de “Santa Claus”, aquele velho risonho e bonachão, de barba branca, vestido de vermelho, que todos conhecem como Papai Noel. A tradição de que ele desce pela chaminé e deixa presentes em meias penduradas na lareira está alicerçada nas histórias contadas sobre São Nicolau.
Nicolau foi, inicialmente, monge de um mosteiro perto de Mira (atual Demre, na Turquia). Conta-se a história de que, quando o Bispo de Mira faleceu, um prelado idoso teve um sonho: que o mesmo deveria chegar cedo, no dia seguinte, à igreja, para receber a primeira pessoa que chegasse, cujo nome deveria ser — Nicolau — e essa seria o próximo bispo. Como de costume, Nicolau foi à igreja para orar. Cumprimentou o velho padre, com o respeito devido. Ao ser perguntado, e dito seu nome, foi-lhe informado que seria o próximo bispo de Mira. O povo da cidade, já conhecedor das atividades benevolentes dele, ficou muito satisfeito com a indicação de Nicolau que, então, aceitou a recomendação.
São Nicolau é considerado o patrono-protetor das crianças, navegantes, agiotas, estudantes, banqueiros, juristas, viajantes, solteiras, noivas, fabricantes de cerveja, fabricantes de perfumes e, por incrível que pareça, dos ladrões! Fato interessante é que o símbolo adotado por banqueiros e agiotas é o de três sacos ou bolas de ouro, devido à história acima relatada.
Há muitas outras histórias sobre seus feitos e milagres através dos tempos. Seu exemplo de generosidade e compaixão com os necessitados, principalmente com as crianças, fez com que se tornasse um modelo de vida e, por isso, é venerado por católicos e ortodoxos, e honrado pelos protestantes.
Sob o domínio do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos, sem trégua, o Bispo Nicolau foi exilado e preso. Após sua liberação, Nicolau atendeu o Concílio de Nicéia (Nicaea, atual Iznik, na Turquia), em 325 d.C. Embora não apareça em todas as relações, seu nome está na lista grega mais antiga daquele concílio e em mais cinco listas.
Ele faleceu, em Mira, no ano 343, e foi enterrado em sua igreja-catedral. Na atualidade, seus restos mortais repousam em Bari, uma cidade portuária no sudeste da Itália, para onde foram transportados em 1087, depois que Mira caiu nas mãos de invasores islâmicos. A Turquia também alega estar de posse do ossário de São Nicolau.
Durante a Idade Média, seu túmulo foi um dos grandes centros de peregrinação religiosa, e Nicolau ficou conhecido como o “Santo de Bari”. Até hoje, peregrinos e turistas visitam a grande Basilica di San Nicola, onde o relicário ainda exala uma fragrância, a mirra.
Entre as muitas orações a São Nicolau, destaca-se esta: “Através da intercessão de São Nicolau, mantenha-nos seguros de todos os perigos, para que possamos seguir adiante, sem receio, no caminho da salvação. Amém”.

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