sábado, 23 de agosto de 2014

COMETAS






Quem já viu um cometa? Eu pessoalmente não. Já vi em filmes, já li a respeito, porém ver um cometa a olho nu, ainda não tive o prazer. Nem mesmo quando o mais famoso de todos, o cometa Halley, passou pelos nossos céus em 1986. É o único cometa que é bem visível a olho nu da Terra e será visto de novo somente lá pelos meados deste século.

Em 2004 foi lançada uma sonda espacial europeia chamada Rosetta. Seu objetivo era estudar um cometa específico, o 67P/Churyumov-Gerasimenko, que mede 14 km2. Depois de 10 anos, 5 meses e 4 dias viajando ao seu destino, dando 5 voltas ao redor do Sol, num total de 6,4 bilhões de quilômetros, a sonda entrou em órbita do 67P, tornando-se o primeiro objeto construído pelo homem a realizar tal façanha, mantendo uma órbita hiperbólica a 100 km do cometa, acompanhando sua velocidade de 55.000 km/h. Este ousado encontro da sonda com o cometa ocorreu em 6 de agosto de 2014, a 550 milhões de quilômetros da Terra, conforme anunciado pela Agência Espacial Europeia.

Aristóteles descreveu um cometa pela primeira vez e o chamou de uma “estrela de cauda”. Trata-se de um pequeno corpo formado por gelo, pequenos fragmentos de rocha e poeira, além de gases em estado sólido como metano, amônia, monóxido e dióxido de carbono. Seu tamanho é variável, desde algumas centenas de metros até dezenas de quilômetros. O formato de um cometa é bastante irregular, não conseguindo ficar esférico devido à sua pequena massa.

Os cometas vêm de além da órbita de Netuno, de um cinturão maior que o cinturão de asteroides, consistindo de pequenos corpos resultantes da formação do sistema solar, ou então da Nebulosa solar, mais distante e maior ainda, também resultado da formação do sistema solar. Acredita-se que cometas seriam lançados dos limites externos ao sistema solar de temperaturas mais baixas para dentro do sistema solar, mais quente, podendo então ficar com um aspecto difuso, chamado de coma, e às vezes, apresentando uma cauda devido à radiação solar, quando os gases deixam de ser sólidos. Assim se tornam telescopicamente visíveis da Terra. O número de cometas conhecidos é próximo de 4.000.

Devido à distância, levou quase 23 minutos para chegar a notícia de que a sonda espacial havia chegado ao seu destino, comprovado através de uma pequena alteração num gráfico. Todos os técnicos da Agência se cumprimentavam, após 10 anos acompanhando a sonda com uma precisão extraordinária e um investimento superior a um bilhão de euros.

Foi a primeira vez na história espacial que uma espaçonave era efetivamente manobrada ao lado de um corpo celeste em movimento, mantendo a mesma velocidade, para que se pudesse iniciar um mapeamento detalhado de sua superfície. Rosetta tem tirado inúmeras fotografias do 67P e estará estudando o cometa com uma série de instrumentos durante os próximos 15 meses. Acoplada à sonda há um pequeno veículo e planeja-se pousá-lo na superfície do cometa ainda este ano. Toda a missão está focada em melhorar o conhecimento dos cometas e seu papel nos primórdios do Sistema Solar.

Nós, simples mortais, ficamos boquiabertos diante desta tecnologia espacial, seus objetivos e suas conquistas. Nem sequer imaginamos a capacidade dos envolvidos neste projeto e sua missão e concedemos-lhes o direito de rir à toa pelo que obtiveram, seu trabalho e seu sucesso!


Em novembro de 2014 conseguiu-se uma proeza jamais alcançada na história, quando Philae, o pequeno veículo acoplado à espaçonave-mãe Rosetta, pousou na superfície do cometa 67P. Embora esteja em fase de hibernação, pois pousou numa área de sombra onde não consegue carregar suas baterias solares, antes disso mandou vários dados para a Terra, que estão sendo analisados. 

Referências: Wikipedia e BBC

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