Rodolfo
Civile era fundamentalmente um romancista. Seu primeiro livro, publicado em
1993, intitulado “A História de uma Família Calabresa”, tinha como principal
protagonista seu avô, Antonio Civile. Em maio de 1994, foi realizado em São
Paulo XV Congresso Nacional da SOBRAMES e ele foi premiado com a medalha de
prata por seu segundo romance “Olhando o Dedão do Pé”.
Eu
era um neófito em assuntos literários, tendo ingressado neste sodalício apenas
dois anos antes, porém já publicara meu primeiro romance “O Baú do Passado”.
Não
sei se foi por isso que Civile me solicitou que revisasse os originais de seu
livro. Entreguei-lhe a revisão na forma de um livro digitado e encadernado com
espiral, além de um disquete que posteriormente utilizou como base para a publicação
do livro. Tenho até hoje uma cópia do livro digitado, além de cópia da carta
que lhe mandei: “Civile — Esta é a minha maneira de lhe dizer o quanto gostei e
apreciei o seu livro ‘Olhando o Dedão do Pé”. Forte abraço — Walter —16.09.94
(Livro + disquete).
Por
ocasião da publicação do livro pela JAC Editora, o Civile pediu que fizesse a
apresentação do mesmo. Descrevi que se tratava da história de duas famílias
calabresas radicadas no Bexiga, em São Paulo, além de um médico que as conhecia
bem, física e emocionalmente. Sofrimento, dor, paixão e tragédia e amor se
mesclavam, com os personagens e fatos se desenrolando diante de nossos olhos,
descritos pelo digno facultativo. Quando a história termina, lamentei que o fim
tivesse chegado. Queria mais.
A
sua dedicatória para Marisa e para mim data de 08.02.95, muito embora o
lançamento só tivesse ocorrido em 16.08.95, no Hall livre da biblioteca do
Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, 1000, uma realização da Prefeitura
de São Paulo, através da Secretaria Municipal da Cultura, com apoio cultural da
Novelli karvas.
Civile
nunca se esqueceu de minha singela atuação em “Olhando o Dedão do Pé”,
anunciando aos quatro ventos o que havia feito e pela qual estava eternamente
grato.
Sempre
alegre e brincalhão, sabia ser solene quando a ocasião demandava. Sua vida no
Bexiga e suas observações sobre o cotidiano demonstravam sua grande capacidade
de discernimento e análise do ser humano.
Rodolfo
Civile era único e fará muita falta em nosso meio, bem como, tenho certeza, em
outros locais também.
Rodolfo Civile era médico, formado em
1952.
Fez parte da Sobrames –SP. Faleceu
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