domingo, 2 de novembro de 2008

ENTARDECER


Para trás ficou a semana,
De labuta cansativa, fugaz,
Levando solidariedade humana
Com ternura e conhecimento capaz.
Solidão!

Agora o lar me recebe,
Com companhia, música e calor.
A solidão não mais me persegue
Nem um pouco de meu prévio pavor.
Chuva!

Refletido sobre o vidro, uma gota
Pela luz parca que emana do céu,
A chuva escorrendo marota
Escoa pelas galerias, sem véu.
Cheiro!

O aguaçeiro cessa de repente,
E o dia engatinha ao poente.
De minha rede, o cheiro se sente
Do gramado molhado sedente.
Noite!

A estrela d’alva vem brilhar,
Anunciando o então entardecer
Da noite que está para chegar
E do novo dia nem se pode prever.
Nostalgia!

A solidão não é só a culpada
O cheiro da chuva reconhecer
Nostalgia nessa poesia malfadada
Deixa então a noite transparecer...

Um comentário:

  1. Caro amigo Walter,

    Gostei muito de sua poesia. Ela enfoca, com muito brilho, o ir e vir da vida de todo ser humano.

    Realmente me vi em seu poema, pois o que mais faço, longe de meus amados e de meu pais, é viver cada momento nostalgico e solitario de minha atual vida.
    Parabens e sucesso !
    Mercedes
    Luanda - Angola - Africa.

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