sábado, 23 de julho de 2016

FILHOTES PARA VENDER


 
Tomei conhecimento deste texto, em inglês, quando foi publicado no Boletim da comunidade inglesa de São Paulo. Gostei tanto que decidi traduzi-lo. Como não constava o nome do autor, fui procurar na Internet. Não só observei que era uma história bastante consagrada, como o autor é desconhecido. Procurei ver se havia um texto similar em português, mas não encontrei. Por isso, apresento aos meus leitores

UMA HISTÓRIA E TANTO

Um fazendeiro tinha alguns filhotes de cachorro que precisava vender. Pintou um cartaz anunciando a venda de quatro filhotes e o martelou num poste na entrada de sua casa. Quando estava colocando o último prego, sentiu um puxão no seu macacão.
Olhou para baixo no rosto de um menino.
— Senhor — disse ele. — Eu queria comprar um dos seus cachorrinhos.
— Bem — disse o fazendeiro, enquanto enxugava o suor do pescoço. — Estes filhotes vem de ótimos pais e custam um bocado caros.
O menino baixou a cabeça. Então enfiou a mão no fundo do bolso e retirou um punhado de moedas. Estendeu as moedas para o fazendeiro.
— Eu tenho trinta e cinco centavos. Será o suficiente para vê-los?
— Mas é claro — disse o fazendeiro. Com isso, soltou um assobio. — Aqui, Dolly!
Saíram da casinha de cachorros a Dolly, seguida por quatro filhotes parecendo bolinhas de pelúcia. O garotinho apertou seu rosto contra a cerca. Seus olhos brilhavam. Enquanto os cães se aproximavam da cerca, o menino observou que havia outra coisa se mexendo na casinha dos cachorros. Devagarzinho, apareceu outra bolinha de pelúcia, porém notadamente menor. Andando com dificuldade, o filhote começou a cambalear em direção aos outros, fazendo o possível para alcançá-los...
— Eu quero este aí — disse o garotinho, apontando para o nanico. O fazendeiro ajoelhou-se ao lado do menino e disse: — Meu filho, você não vai querer aquele filhote. Ele nunca conseguirá correr e brincar com você como os outros fariam.
Com isso, o menino se afastou da cerca e levantou uma das pernas das calças. Revelou assim uma órtese metálica que descia pelos dois lados de sua perna presa num calçado especial.
Olhando para o fazendeiro, ele disse: — Como o senhor pode ver, eu também não consigo correr. E ele precisa de alguém que o compreenda.
Com lágrimas nos olhos, o fazendeiro abaixou-se e pegou o cachorrinho. Segurando-o cuidadosamente, entregou o filhote ao garotinho.
— Quanto lhe devo? — perguntou...
— Nada! — respondeu o fazendeiro, e repetiu: — Nada mesmo. Não se cobra por amor.
O Mundo está repleto de gente que necessita de alguém que compreende.

Autor desconhecido
(tradução do inglês)
IN Spotlight News Bulletin, 2015
British and Commowealth
Community Council (BCCC), São Paulo




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