quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

THOMAS SEVERINO


Colaborador: Hugo de Almeida Harris
 
Este, sim, é um sobrevivente. Veio num eixo de caminhão, provavelmente do Nordeste. Pelo menos foi isso o que o motorista disse para a veterinária que o recolheu, pois ele não havia parado o caminhão desde a Bahia. Quando chegou em nossa casa, os olhos do gato estavam muito machucados, talvez devido à viagem implementada, ao enfrentamento dos ventos, sujeiras e óleo. Cuidamos dele e logo ficou bom. Recebeu o nome de Thômas, que coloco aqui com circunflexo exatamente para chamar atenção para qual é a exata sílaba tônica (sim, sim, é uma homenagem ao Tom, do Tom & Jerry). Devido à sua origem, ganhou um segundo nome, bem característico: Severino. Assim, passou a ser chamado por nós de Thomas Severino. Demorou muito para aceitar que fizéssemos carinho nele. Era muito arredio, talvez devido a seu passado, antes da viagem de caminhão. Aos poucos, foi se abrindo, até mesmo nos procurava para receber um ou outro agrado. Miava muito pouco e, devido a esta escassez, era uma alegria quando fazia.
Agora partiu. Não foi de caminhão. Foi nos braços de meu pai. Estava lá, todo murchinho, deu dois miozinhos baixinhos, como se se despedisse, e apagou. Engraçado como estes bichinhos mexem com a gente. No mesmo ano em que o Filé nos deixou, agora foi a vez do Thomas Severino. Que os dois brinquem bastante, onde quer que estejam...

(2005 - 2014)

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Desculpa ter removido o comentário, sinto muito mas pelo menos o Thomas Severino teve quem o amasse. Bless him.

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  3. Eu compreendo a saudade de um pet!

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